Um passo para salvar o planeta
Países reunidos em Durban decidem prorrogar Protocolo de Kyoto, mas não traçam novas metas para redução de gases poluente
Comunicação Portal Social
A Conferência de Durban (a chamada COP17), na África do Sul, será lembrada como uma das grandes maratonas diplomáticas da História. Prestes a fracassar na sexta-feira, o encontro terminou dois dias depois do prazo com um documento que reúne sob o mesmo guarda-chuva EUA, China e Índia, nações que discordaram durante anos sobre deveres e obrigações com relação às mudanças climáticas.
Como os demais 190 países presentes na reunião, essas nações concordaram com uma espécie de puxadinho do Protocolo de Kyoto, o único documento internacional que estabelece limites para a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. O tratado expiraria em dezembro de 2012 – agora, ele foi ampliado até 2017.
Para o economista britânico Nicholas Stern, autor de um relatório sobre os custos das mudanças climáticas, a reunião representa “um passo à frente, modesto, mas significativo”.
Como os EUA (um dos principais poluidores) não são signatários do Protocolo de Kyoto, não terão nada a cumprir – ou emissões a cortar. Kyoto também não estipula metas para países em desenvolvimento. Logo, China e Índia continuam sem metas de cortes de emissões até 2020, quando um novo acordo entrará em vigor.
Ficou para os próximos meses a negociação do período entre 2017 e 2020, quando Kyoto não estará mais em vigor e um novo acordo ainda não terá sido estabelecido. Por isso, as próximas reuniões das Nações Unidas sobre clima, como a COP18, em 2012, no Catar, serão importantes.
Posição brasileira foi elogiada por europeus
O negociador-chefe do Brasil, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, considerou Durban uma vitória da diplomacia do clima, que deu novo fôlego para que o mundo alcance um acordo capaz de combater o aquecimento global. A posição do Brasil, que desde o início aceitou cumprir metas, foi elogiada por diplomatas europeus e americanos.
China e Índia se disseram insatisfeitas com o resultado final, mas aceitaram continuar a negociar um acordo com metas compulsórias. Essa é a primeira vez que os dois países aceitam discutir metas obrigatórias.
“Não salvamos o planeta, mas em relação a uma situação na qual tentamos há 10 anos comprometer os EUA, a China e a Índia em uma nova rodada de negociações, foi um êxito”, considerou a ministra francesa da Ecologia, Nathalie Morizet.
Fonte: Zero Hora
